Fome emocional é algo com que muita gente lida diariamente. Provavelmente é algo pelo qual também já passaste no passado. Hoje quero falar-te de como a fome emocional não é boa para ti e como podes vencer esses hábitos.
Em primeiro lugar, o que é a fome emocional.
Nem sempre comemos apenas para satisfazer a fome física. Muitos de nós também recorrem à comida como conforto, alívio do stresse ou como recompensa. E quando o fazemos, tendemos a procurar junk food, doces e outros alimentos reconfortantes, mas não saudáveis. Podes virar-te para o gelado quando estás triste, pedir uma pizza se estiveres entediada ou sozinha ou passar pelo drive-through depois de um dia stressante no trabalho.
Comes de forma emocional quando usas a comida para te sentires melhor – para suprires as necessidades emocionais, e não o estômago. Infelizmente, comer de forma emocional não resolve problemas emocionais. Na verdade, geralmente faz-te sentir pior. Pois, não só a questão emocional original permanece, mas também te sentes culpada por comer demais.
Usar a comida, ocasionalmente, como um estímulo, uma recompensa ou para comemorar não é necessariamente uma coisa má. Mas quando comer é o teu principal mecanismo emocional para enfrentares as coisas – quando o teu primeiro impulso é abrir o frigorífico ou a despensa sempre que estás estressada, chateada, irritada, sozinha, exausta ou entediada – ficas presa num ciclo doentio onde o sentimento ou o problema real é nunca encarado.
O problema é que comer de forma emocional é inconsciente. E, como é inconsciente, não pensamos no que é que estas comidas não saudáveis fazem ao nosso corpo e acabamos por tratar o nosso corpo como um caixote do lixo (já alguma vez ouviste falar de uma pessoa de comeu uma salada porque estava irritada?). As consequências deste comer de forma emocional podem ser avassaladoras: podemos engordar, sentirmo-nos sem energia, desmotivadas, sem controlo sobre os nossos “apetites” (os chamados cravings). Além disso, outros problemas podem surgir, como problemas de digestão, problemas de tensão, problemas de pele, entre outros.
Como podemos conquistar a fome emocional
A vida de hoje é stressante, as coisas acontecem e normalmente acontecem a um ritmo insano. Dito isto, como podemos prevenir esta situação, como podemos proteger-nos e conquistar a fome emocional?
- Separa a comida das emoções. Aquilo que estás a sentir é um gatilho para executares a tua rotina de ir frigorífico ou à despensa e comeres. A tua recompensa é claramente o conforto, o alívio do stresse. Mas o que provavelmente não sabes é aquilo que está compreendido nesta citação de Victor Frankl: “Existe um espaço entre o estímulo e a resposta. Nesse espaço reside a capacidade de escolhermos a nossa resposta. E nessa resposta estão o nosso crescimento e a nossa liberdade.” Então de cada vez que sentires uma emoção forte, pára e respira e, depois, escolhe de forma consciente o que vais fazer em seguida que melhor te serve. Podes pensar em formas de resolver o problema ou podes decidir colocar isso tudo em standby para resolver mais tarde (ir dar uma caminhada para refrescar as ideias ou dormir sobre o assunto). Se este autocontrolo ainda for muito difícil para ti, então a minha sugestão é que tenhas boas opções (saudáveis) à mão para comer.
- Separa a comida do prazer. Precisas apreciar outras coisas para além da comida. E sim, a comida é fantástica, dá-nos prazer, é saborosa, une-nos uns com os outros, mas todas essas coisas podem ser encontradas noutros objetos, circunstâncias e eventos. Foca-te na diversão! Podes dar um passeio, ir nadar, tomar um banho de espuma, fazer uma corrida, conectar-te com os teus entes queridos indo visitá-los, ou convidando-os para um passeio turístico, brincar com os teus filhos, ir até à praia ou ao jardim descontrair ou apanhar um pouco de sol, fazer karaoke. Há tantas coisas que pode apreciar em vez de apenas te focares na comida (focares-te na comida não é mau, só é um problema se o fazes constantemente, porque cria dependência). Tenta fazer estas coisas divertidas ao longo da semana e não apenas em ocasiões especiais. Não precisas gastar muito tempo com isto, escolhe um pequeno prazer para fazeres todos os dias, qualquer coisa que te faça sentir feliz.
- Pratica, pratica e pratica. Planeia os teus dias, descobre como te podes mimar e escreve, põe na tua agenda o que vais fazer. Precisas descobrir novas emoções, melhores, mais positivas. Define o que queres para ti, para a tua saúde e mantém-te ligada a esse objetivo. Em poucas semanas já te vais sentir muito melhor.
A minha última sugestão para ti é: trata-te com amor! Pergunta-te “Isto serve-me?”, “Isto vai ajudar-me a atingir os meus objetivos?”. Lembra-te daquele anúncio antigo que tinha como slogan “Se eu não gostar de mim, quem gostará?”.
Podes ver aqui neste artigo 8 estratégias para construíres novos hábitos.